A REALIZAÇÃO DO MEU SONHO ESTAVA ACONTECENDO

Aos domingos e quartas feiras, a noite eu cantava na radio PRB 2, onde cantei desde meus 8 anos. TAMBEM cantava na Radio Guaraica.
Então eu passava por uma transformação. Durante o dia trabalhava em casa, lavando roupas, naquele tempo não tínhamos água encanada, tinha que tirar água do poço com um balde e colocar a água em uma tina, era feita de madeira, varias vezes, ensaboar com sabão de pedra estender na grama um tempo depois enxaguar varias vezes, torcer e depois estender no varal. É era canseira.(Hoje que facilidade lavar roupas é só por na maquina) enfim eu tinha que fazer todo o serviço da casa.
Mas a noite eu precisava estar bonita, tomava meu banho de bacia em meu quarto,se produzia, se perfumava enfim fazia o melhor possível porque tinha que me apresentar bem e cantar. Muitas vezes eu e outros artistas como "Nho Belarmino e Nha Gabriela" eram muito engraçados, e cantavam muito bem éramos convidados para se apresentar em Parques de divercões, Circos e Clubes. Durante a semana era anunciado pela radio onde a equipe de artistas da PRB2 estariam se apresentando. E assim era oportunidade para eu esquecer um pouco os meus problemas.
O "cachê" que eu recebia felizmente dava para comprar minhas roupas e sapatos para as minhas apresentações. Tia Dorva era costureira e fazia os meus vestidos de artista.Ela costurava para mim desde que eu nasci.
Em 1954, o diretor da B2 nos informou, que duas cantoras, brevemente seriam levadas por uma gravadora em S.Paulo para gravar um disco.E que possívelmente eu seria uma delas. Eu fiquei muito animada e feliz. Embora preocupada com minha familia, principalmente minha tia Dorva.

AGUARDEM A SEGUNDA PARTE DE
"E OS ANJOS DISSERAM AMEM"

AAAAAAAAAAMMMMMMMEEEEEEEMMMMMMM

A CADEIRA DE BALANÇO

Eu era a filha mais velha, com a morte de minha mãe, foi como se tudo desmoronasse! Minha responsabilidade com a família aumentou. Meu pai não tomava nenhuma decisão, embora continuasse trabalhando na olaria. Meus irmãos também precisavam trabalhar, mas não tinham coragem de procurar um emprego. Eram preguiçosos para estudar, a solução foi irem trabalhar na mesma olaria com meu pai. O serviço era pesado mas quem não gosta de estudar, tem que carregar tijolos e barro num carrinho de mão.

Fiquei sete dias em casa, concedido pela firma pela morte de minha mãe. Quando voltei para o meu trabalho, o ambiente estava pior. O novo chefe do escritório o qual implicava comigo me recebeu muito mal. E justamente nesse dia, cheguei cinco minutos atrasada e isto foi o bastante, para o sr. Lucas ( esse era o seu nome) me suspender durante três dias.
ACHEI ISSO INJUSTO. Fui para casa, sentei na velha "CADEIRA DE BALANÇO" Quando eu ficava nervosa ou com problemas eu corria para a cadeira de embalo. E lá fiquei me embalando e pensando o que fazer. Não contei nada para minha tia. DERREPENTE ! me levantei, peguei minha bolsa, e fui ao escritório Central da empresa, que ficava na Praça Zacarias, no centro da cidade de Curitiba. Fui falar com o dono da empresa Sr.CONRADO BONN
Ele me recebeu muito bem. Contei todo o meu drama, ele já me conhecia, e a partir daquele dia, a minha vida mudou. Ele mesmo me apresentou ao Chefe do escritório Central. Fiz um pequeno teste, e fui contrata. No dia seguinte, comecei trabalhar no "ESCRITÓRIO CENTRAL! ganhando muito mais do que eu ganhava no Bacacheri.

Trabalhei com carteira assinada, nessa mesma firma, desde o ano 1950 até 1954. Está escrito na minha carteira de trabalho:- "Deixou os serviços desta firma em 11 de março de 1954" por livre e espontânea vontade. Precisei sair porque precisava ajudar em casa,
Agora eu não tinha mais emprego cuidava da casa, lavava toda a roupa, minha tia Dorva passava e cozinhava. O que eu nunca poderia deixar era minha carreira de cantora. Eu recebia "cachês" em dinheiro por cada apresentação, e agora mais do que nunca eu precisava desse ganho. Cantar era a minha vida desde criança agora eu estava com 19 anos e poderia me dedicar mais e realizar meu sonho!!!
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O TERRÍVEL ESTAVA PARA ACONTECER

Em minha casa as coisas nào estavam nada bem. Minha mãe cada vez pior, não podia mais sair da cama, sem forças nas pernas, cada vez mais nervosa, hipertensa, não havia explicação para o mal que a fazia definhar. Olhando para ela na cama, não podíamos acreditar que estava gravemente doente.

Eu continuava trabalhando, mas minha mãe não queria ficar sem mim perto dela no quarto. É claro que minha tia Dorva com toda sua deficiência e meus dois irmãos ficavam com ela. Mas quando eu voltava do trabalho me chamava para ficar o tempo todo com ela. Estava sendo muito difícil para mim, controlar tudo. Trabalhar fora, ir para a Rádio para cantar, e correr atrás de cura para minha mãe!

É muito triste viver na ignorância espiritual. Minha mãe era muito religiosa mas não conhecia Jesus! Muitas vezes me obrigava a ir buscar a cura para ela, através de médiuns, homeopatia, centros espiritas, curandeiros etc.- E até leva-los em nossa casa por ela não poder andar mais. Também tinha que buscar médicos para examina-lá em casa. Hospital, ambulância, nem pensar ela tinha horror.

Um dos médicos, receitou Penicilina, para ser aplicada a cada duas horas. Como não tínhamos geladeira foi conservada no gelo. Uma vizinha aplicava essas injeções. Mas minha mãe, muito autoritária, impaciente e nervosa determinou :- Nada disso de cada duas horas! É melhor aplicar tudo de uma só vez e pronto!- Não havia ninguém para impedir esse desatino! A mulher obedeceu. No dia seguinte minha mãe estava totalmente cega! A menina dos olhos ficou branca, e ela perdeu a visão.
Ela ficou na cama dois anos e meio! Com 33 anos de idade ela faleceu! Portanto, ainda bem nova. Eu com 17 para 18 anos agora estava sem mãe!
Ela gostava de ouvir o programa "A VOZ DA PROFECIA" pelo rádio! minha esperança é que ela tenha entendido alguma coisa sobre o Amor de Deus e o Evangelho de Jesus.

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