sexta-feira, 21 de junho de 2013

A CADEIRA DE BALANÇO

Eu era a filha mais velha, com a morte de minha mãe, foi como se tudo desmoronasse! Minha responsabilidade com a família aumentou. Meu pai não tomava nenhuma decisão, embora continuasse trabalhando na olaria. Meus irmãos também precisavam trabalhar, mas não tinham coragem de procurar um emprego. Eram preguiçosos para estudar, a solução foi irem trabalhar na mesma olaria com meu pai. O serviço era pesado mas quem não gosta de estudar, tem que carregar tijolos e barro num carrinho de mão.

Fiquei sete dias em casa, concedido pela firma pela morte de minha mãe. Quando voltei para o meu trabalho, o ambiente estava pior. O novo chefe do escritório o qual implicava comigo me recebeu muito mal. E justamente nesse dia, cheguei cinco minutos atrasada e isto foi o bastante, para o sr. Lucas ( esse era o seu nome) me suspender durante três dias.
ACHEI ISSO INJUSTO. Fui para casa, sentei na velha "CADEIRA DE BALANÇO" Quando eu ficava nervosa ou com problemas eu corria para a cadeira de embalo. E lá fiquei me embalando e pensando o que fazer. Não contei nada para minha tia. DERREPENTE ! me levantei, peguei minha bolsa, e fui ao escritório Central da empresa, que ficava na Praça Zacarias, no centro da cidade de Curitiba. Fui falar com o dono da empresa Sr.CONRADO BONN
Ele me recebeu muito bem. Contei todo o meu drama, ele já me conhecia, e a partir daquele dia, a minha vida mudou. Ele mesmo me apresentou ao Chefe do escritório Central. Fiz um pequeno teste, e fui contrata. No dia seguinte, comecei trabalhar no "ESCRITÓRIO CENTRAL! ganhando muito mais do que eu ganhava no Bacacheri.

Trabalhei com carteira assinada, nessa mesma firma, desde o ano 1950 até 1954. Está escrito na minha carteira de trabalho:- "Deixou os serviços desta firma em 11 de março de 1954" por livre e espontânea vontade. Precisei sair porque precisava ajudar em casa,
Agora eu não tinha mais emprego cuidava da casa, lavava toda a roupa, minha tia Dorva passava e cozinhava. O que eu nunca poderia deixar era minha carreira de cantora. Eu recebia "cachês" em dinheiro por cada apresentação, e agora mais do que nunca eu precisava desse ganho. Cantar era a minha vida desde criança agora eu estava com 19 anos e poderia me dedicar mais e realizar meu sonho!!!
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