NOSSO VARAL DE PENDURAR ROUPAS

Não me canso de repetir, que nossa casa era humilde, mas muito limpa. Nossas roupas, minha mãe cuidava e zelava. Todas as pessoas que passavam em frente de nossa casa, no dia em que minha mãe lavava roupa, não resistiam, e até chegavam a bater palmas, para perguntar se ela lavava roupa para fora. Eles não acreditavam que aquelas roupas pendurada em nosso varal, lençóis, toalhas de mesa, panos de parede que se usava na época, roupas branquinhas e bordadas seriam nossa. Era coisa mais linda!

Minha mãe era muito cuidadosa e prendada. Aquelas roupas passava por um longo processo. Primeiro ela comprava o tecido de algodão cru, quero dizer sem alvejar, em peças com vários metros, porque era mais barato. Então ela cortava para lençóis e fronhas, sendo alvejados, por vários dias, até ficarem muito brancos. Depois riscava o desenho com flores e iniciais da família, para em seguida bordar em ponto cheio. Tinha jogo de lençóis cor rosa,lilás,varias cores.

Ela era meticulosa, gostava de coisas bonitas. Meus vestidos, primeiro ela comprava um figurino escolhia o modelo, depois comprava o tecido, renda, bordado, organdi enfim tudo o que precisava. E minha tia Dorva era a costureira. Eu saia parecendo uma menina rica.

Perto da minha casa, morava uma menina que não gostava de mim, creio que ela tinha inveja. E certo dia, eu estava com um vestido lilás, de organdi, meias de seda brancas e sapatinhos de verniz azul marinho. E eu estava feliz,pois havia ganhado uma corrente dourada com um pingente. DERREPENTE, aquela menina me cercou e ficou admirando minha corrente com a maior cara- de- pau , queria que eu desse para ela. Eu disse que não, ela ficou tão furiosa arregalou os olhos e disse. Voce não vai me dar essa corrente? Então vou te rogar uma praga.
"Tomara que um caminhão passe por cima de você, e você fique bem achatada como um tapete!
Não me lembro quantos meses se passaram, mas algo terrível ACONTECEU!!

Aguardem na próxima Postagem....

CONTINUAÇÃO...DE O DIA DA MINHA ESTRÉIA NO RADIO

Vesti meu "casaquinho" vermelho, estava fazendo muito frio. Peguei minha bolsa a tiracolo vermelha com um gatinho dourado como fecho, e fui para a missa.Terminada a missa, passei em uma padaria, tomei um copo de leite e um pastél, e fui direto para a Radio PRB-2- Rádio Clube Paranaense, com a maior naturalidade e sem nenhum medo.

Cheguei a tempo de dar uma ensaiada, e pela expressão dos músicos eu havia agradado. minha tia Dorva ficou em casa para preparar minha mãe! contou-lhe que eu dera outro nome e não o meu. Eu fui prudente, se eu não fosse bem, ninguém iria saber que era eu! Sempre fui muito esperta!

Quando fui chamada, me arrepiei toda, que parecia estar com febre. Mas agora não tinha volta, e fui em frente! A primeira surpresa, foi que eu nunca vira tantas caras juntas,todas me olhando! Fiquei apavorada! Mas de repente, pensei : toda essa gente são apenas uma plantação de alface! Tranqüila, comecei a dançar e cantar, acompanhada pelo famoso "Regional do Janguito do Rosário!" Cantei no ritmo, não desafinei,e cantei como se lá não estivesse ninguém!
Quando terminei, fui bastante aplaudida! Depois da audição, foram escolhido os melhores para voltar no outro domingo; e eu fui escolhida também . Voltei para casa tremendo de medo da minha mãe, pensei que levaria uma surra. Mas para minha surpresa e alegria, fui recebida com aplausos, ela gostou e me apoiou.-
E assim, começava minha carreira artística! Todos os domingos, passei a me apresentar, conseguindo uma grande audiência em Curitiba! Já conquistando os primeiros fãs.


No decorrer estarei falando mais sobre este relato!!!

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O DIA DA MINHA ESTRÉIA NO RADIO

O meu grande sonho era um dia cantar no radio. Em casa eu sempre cantava, até na rua vivia cantando. Eu gostava de ouvir as canções no radio desde pequena. Naquela época não havia radio de luz, pelo menos na minha casa, não havia energia elétrica no nosso bairro. Usávamos lampião, velas ou lamparinas. O único rádio que tínhamos era um radio galena, que consistia de uma pedrinha dentro de uma caixa e uma agulha de aço que quando encostava na pedra, emitia som. A galena é o principal minério de chumbo.

Eu ouvia as canções com muita dificuldade. O som era muito baixinho, aquele tipo de radio não tinha potência. Mas com muito esforço e persistência, decorei uma música de Carmem Miranda,tocava varias vezes ao dia, na época era a cantora de sucesso. Aprendi " direitinho" a melodia e a letra.

Eu ouvia o locutor fazendo uma chamada. Todas as crianças que sabiam e gostavam de cantar, deviam comparecer na rádio PRB 2 as 9 horas da manhã aos domingos, para se inscrever, e eles chamariam para ensaiar e cantar no domingo.
Ali estava minha oportunidade , mas não contei para ninguém, eu tinha certeza que minha mãe não me deixaria ir! então pedi ajuda de uma moça prima de minha mãe. Ela me ensinou como chegar na radio. É claro que não dei meu nome verdadeiro.

Como minha mãe me mandava ir a missa aos domingos, não seria difícil depois da missa ir para a radio. E foi o que aconteceu. Meu coraçãozinho quase estourou, no dia em que escutei o meu nome, mesmo não sendo o verdadeiro mas era eu! Poderia mostrar para outras pessoas,aquilo que eu gostava e sabia fazer. Antes eu cantava somente em casa para os meus vizinhos e amigos. Quase todas as noites, nossa casa estava cheia de gente para me ouvir cantar! Eu gosta vá , porque eles traziam chocolate, balas e outra coisas!

Eu estava com oito anos de idade.E CHEGOU O GRANDE DIA.


















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O ACIDENTE NO FOGÃO DE LENHA

Nosso fogão era a lenha feito de tijolos. Tinha uma grande chapa de ferro, onde se encaixavam aros de ferro de diversos tamanhos, isso ajudava a aumentar ou diminuir o calor do fogo para cozinhar ou assar. Aquela chapa, estava sempre muito quente! Nas noites de inverno era bom porque aquecia nossa casa, principalmente a cozinha.

Me recordo, que muitas vezes eu gostava de sentar nas laterais, ou na cabeceira do fogão era tijolos bem quentinho, e ali eu ficava brincando cantando. E um dia, minha mãe estava sentada em uma cadeira perto do fogão com meu irmão mais novo no colo, conversando com alguém, derrepente eu perdi o equilíbrio e caí debruço sobre a chapa super quente. Creio que gritei, mas a dor era tão grande e eu desmaiei.
Minha mãe muito assustada, me arrastou de cima daquela chapa e minha pele ficou assando, cheirando carne queimada. Foi terrível ! Passei a noite toda gritando de dor. A dor de queimadura não passa é continua. Minha mãe colocou azeite, folha de copo de leite, ela dizia que refrescava, mas eu sentia mais dor ainda.
Foi um acidente um tanto grave, meus joelho e braço sobre aquela chapa, todos pensaram que eu ia morrer naquela noite. Minha casa encheu de vizinhos esperando a minha morte. Mas no outro dia, a dor aliviou, mas eu estava com grandes bolhas nas pernas e nos braços. Sabe o que eu parecia? " Um balão de Aniversario" até hoje , tenho as marcas e traumas daquele dia.

É.....acidentes acontecem e minha família não conhecia a Palavra de Deus e nem a Jesus eu vivi experiências que comprovam que o Senhor Deus já me protegia desde a minha infãncia. Por certo, como uma escolhida de Deus Ele tinha propósitos comigo no futuro.

No livro de Salmos "91:10" Esta escrito "Nenhun mal te acontecerá, nem praga alguma chegará à tua casa. Porque aos seus anjos Ele dará ordem a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos"

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A SEXTA FEIRA SANTA

Minha maior alegria era cantar! Eu vivia cantando o dia inteiro. Só chorava quando minha mãe me batia, ela era uma muito nervosa não era de conversar muito principalmente comigo.
Durante o ano, o dia mais triste para mim, era a sexta feira santa. Porque minha mãe dizia:- Amanhã é sexta feira Santa, o dia do Jesus morto, e eu não quero que você cante, porque é dia santo, a mãe de Jesus está muito triste, porque seu filho morreu! Por isso a manhã não devemos fazer nada que entristeça Maria! ninguém deve fazer serviço nenhum .Por isso devemos nos preparar na quinta feira. Não podemos varrer a casa, porque estaremos varrendo Jesus! Não podemos pegar a faca para cortar nada, porque estaremos cortando Jesus!

Não podíamos fazer nenhum barulho em respeito á Jesus; nem cantar, nem ouvir rádio, nem tocar qualquer instrumento. Era muito difícil para mim, passar um dia inteiro sem cantar. O que fazer? Resolvi o problema, me afastei para uma roça de milho e feijão, e assentada comecei cantar a Ave Maria de Gounod, que era um cântico bem triste. e pensei esse com certeza, Maria iria gostar!

A única coisa de que eu gostava na sexta feira santa, era que nesse dia, minha mãe não me batia e nem em meus dois irmãos. Sabe porque? Porque ela dizia. que estaria batendo em Jesus! MAS AVISAVA; hoje vocês não vão apanhar, mas qualquer coisa. se preparem, porque amanhã é sábado de ALELUIA; e é o dia de malhado o Judas!
Todos tinham o costume de fazer bonecos bem grande, amarravam num poste, e no sábado ao meio dia, Espancavam até se desmanchar. Eles diziam que aquele boneco era o Judas o traidor de Jesus. E minha mãe dizia que não precisava fazer nenhum boneco , porque já tinha três prontos; eu e meus irmãos !

É.!!! Não me canso de dar glorias a Deus pela salvação da minha alma! Como éramos ignorantes! Deus teve misericórdia de nós!!!

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